A Hora do Mal (2025)

A premissa é instigante. Todas as crianças de uma mesma sala de aula somem na mesma noite, no mesmo horário. Menos uma. O tipo de evento inexplicável que cola feito tatuagem no imaginário coletivo de uma cidade pequena. E é justamente esse efeito dominó que move o filme. A Hora do Mal é tanto sobre o que aconteceu, pergunta que nos persegue do início ao fim, quanto sobre o que isso revela sobre a

O Brilho do Diamante Secreto (2025)

Entre o giallo e o 007, uma fantasia caleidoscópica do passado que brilha por dentro Assisti O Brilho do Diamante Secreto como quem vai visitar uma casa já conhecida, mas que a cada retorno encontra alguns móveis fora do lugar. Bruno Forzani e Hélène Cattet são desses diretores que não se contentam em contar só uma história, somos puxados para dentro dela, como se estivéssemos girando dentro de u

Quem se ausenta, deixa de fazer falta?

Dizem isso com frequência e facilidade, como se a ausência fosse sempre uma escolha. Como se estar presente fosse só uma questão de querer. "Quem se ausenta, deixa de ser lembrado." Mas e quando a ausência é defesa? E quando estar presente demais também adoece? Às vezes, a gente se afasta pra respirar. Pra curar. Pra se refazer. Outras vezes, é o próprio espaço que vai nos empurrando pra

Nada (2024)

Você saberia reconhecer o som do esquecimento? Quando eu estava na universidade de artes, tinha um professor que, uma vez por mês, promovia o “dia do nada”. Era exatamente isso, a gente saía da sala de aula, escolhia um canto qualquer do campus e simplesmente... não fazia nada. Era quase um ritual de desaceleração, uma pausa para lembrar que o ócio também faz parte do processo criativo. Era um cur

Iracema - Uma Transa Amazônica (1974)

Assistir hoje a Iracema - Uma Transa Amazônica é como tropeçar numa aula de história que nunca nos deram, daquelas que revelam as feridas que a escola preferiu maquiar com discursos sobre progresso e integração nacional. O filme de Jorge Bodanzky e Orlando Senna não tem a estética polida do cinema tradicional, mas é justamente essa crueza que lhe dá força. Feito em 1974, em pleno regime militar,

Superman (2025)

A esperança em tempos cínicos. Saí do cinema com a sensação de ter recebido um abraço. Não aquele abraço sufocante de nostalgia barata, mas um abraço sincero, que reconhece o peso de carregar o “S” no peito e o faz com leveza. James Gunn, nesse novo Superman, olha pra trás, especialmente pro filme de 1978, e entende que o que ainda move Clark Kent não são os punhos, mas o coração. Quem fala isso é

Extermínio: A Evolução (2025)

A esta altura, vinte e três anos separam Extermínio: Evolução (28 Years Later, 2025) do filme que deu origem a essa linhagem de horrores infecciosos e desolação humanitária. O tempo não foi apenas um intervalo, mas uma gestação prolongada, em que Danny Boyle, Alex Garland e o diretor de fotografia Anthony Dod Mantle puderam observar o mundo se aproximar, de maneiras desconfortavelmente reais, da

Form for Contact Page (Do not remove it)

Nome

E-mail *

Mensagem *

Instagram