GOAT: Sem Coragem Nem Glória

Justin Tipping quis fazer de GOAT um grande comentário sobre sonhos, sacrifícios e o peso que a sociedade coloca sobre os corpos negros. O título já traz um duplo sentido: no futebol americano, chamar alguém de “GOAT” significa “Greatest of All Time”, o melhor de todos os tempos, rótulo reservado a lendas absolutas. É justamente esse o sonho de Cameron “Cam” Cade (Tyriq Withers), que desde criança

Uma Batalha Após a Outra (2025)

Quando tudo desmorona, a luta continua. Viva la revolución!  Existe algo particular em ver um filme de Paul Thomas Anderson na tela grande. Há diretores que parecem nascer para a tela grande e ele é um deles. Sua obra nunca se acomoda, está sempre procurando algo além, mesmo quando se arrisca a abraçar o excesso. Em Uma Batalha Após a Outra essa vocação aparece de forma ainda mais intensa. O film

O Agente Secreto e os Fantasmas que Não Passam

Assistir O Agente Secreto no São Luiz, o templo da sétima arte recifense, é uma experiência carregada de magia. Não é qualquer sala, é um espaço que parece guardar ecos de tantas histórias vistas e vividas ali, como se o próprio prédio fosse cúmplice do cinema de Kleber Mendonça Filho. Ver o filme nesse lugar ampliou a sensação de atravessar a cortina do tempo, de um mergulhar na década de 70 rec

Territórios de Não-Pertencimento em Suçuarana e Dormir de Olhos Abertos

O cinema brasileiro recente parece cada vez mais interessado em rastrear silêncios, fissuras e deslocamentos, em vez de oferecer respostas ou narrativas fechadas. Nesse terreno, Suçuarana , de Clarissa Campolina e Sérgio Borges, e Dormir de Olhos Abertos , de Nele Wohlatz, se encontram como filmes que lidam com a sensação de estrangeirismo, seja diante da própria terra, seja diante da terra do out

Quem merece e a quem pertence o amanhã?

Sempre me incomodou o fato de que, em filmes apocalípticos ou pós-apocalípticos, a raça hegemônica salva ou sobrevivente é quase sempre a branca. Não há espaço para corpos não brancos nesses cenários. Parece que o fim do mundo, mesmo no campo da ficção, ainda preserva a velha ideia de quem merece viver e quem pode ser descartado. Me peguei pensando nisso depois de rever Extermínio 3: A Evolução ,

A Vida de Chuck: fragmentos de um homem comum

Assistir a uma obra de Mike Flanagan adaptando Stephen King já virou uma experiência curiosa pra mim. Não vou só pelo terror, pelo susto ou pela atmosfera sombria que o autor costuma carregar em seus trabalhos, vou também porque sei que Flanagan, mais do que qualquer outro diretor recente, parece entender que King é também um cronista da vida comum, dos dramas pequenos e das emoções mais banais, o

Faça Ela Voltar ou o luto que devora.

O cinema de terror australiano tem uma estranha habilidade de transformar o invisível em presença sufocante. Filmes como Lake Mungo  (2008), por exemplo, provaram isso ao lidar com o luto de forma quase documental, arrancando o medo não de monstros externos, mas do abismo interno que se abre quando alguém querido se vai. Há sempre um peso de ausência, uma solidão que se estende pelas paisagens e p

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