Ontem, quinta-feira, segundo dia da Mostra de Cinema Árabe Feminino , a programação ofereceu uma sessão que estava bem curiosa. Dessas que não se repetem com facilidade e que, justamente por isso, deixam a gente pensando por algumas horas. Um dos fatores que mais me chamou atenção para esse dia foi o fato de passarem um filme da década de 70, período pelo qual, vocês já devem desconfiar, tenho cad
Ontem aqui no Recife tivemos pela primeira vez uma edição da Mostra de Cinema Arabe Feminino , que já está na sua 5a edição e terá presença marcada também no Rio de Janeiro, Duque de Caxias e em Niterói . A curadoria foi realizada pelas brasileiras Analu Bambirra e Carol Almeida e pela egípcia Alia Ayman com intuito de mostrar filmes com linguagens artísticas e narrativas não-hegemônicas. Ont
A premissa é instigante. Todas as crianças de uma mesma sala de aula somem na mesma noite, no mesmo horário. Menos uma. O tipo de evento inexplicável que cola feito tatuagem no imaginário coletivo de uma cidade pequena. E é justamente esse efeito dominó que move o filme. A Hora do Mal é tanto sobre o que aconteceu, pergunta que nos persegue do início ao fim, quanto sobre o que isso revela sobre a
Entre o giallo e o 007, uma fantasia caleidoscópica do passado que brilha por dentro Assisti O Brilho do Diamante Secreto como quem vai visitar uma casa já conhecida, mas que a cada retorno encontra alguns móveis fora do lugar. Bruno Forzani e Hélène Cattet são desses diretores que não se contentam em contar só uma história, somos puxados para dentro dela, como se estivéssemos girando dentro de u
Dizem isso com frequência e facilidade, como se a ausência fosse sempre uma escolha. Como se estar presente fosse só uma questão de querer. "Quem se ausenta, deixa de ser lembrado." Mas e quando a ausência é defesa? E quando estar presente demais também adoece? Às vezes, a gente se afasta pra respirar. Pra curar. Pra se refazer. Outras vezes, é o próprio espaço que vai nos empurrando pra
Você saberia reconhecer o som do esquecimento? Quando eu estava na universidade de artes, tinha um professor que, uma vez por mês, promovia o “dia do nada”. Era exatamente isso, a gente saía da sala de aula, escolhia um canto qualquer do campus e simplesmente... não fazia nada. Era quase um ritual de desaceleração, uma pausa para lembrar que o ócio também faz parte do processo criativo. Era um cur
Assistir hoje a Iracema - Uma Transa Amazônica é como tropeçar numa aula de história que nunca nos deram, daquelas que revelam as feridas que a escola preferiu maquiar com discursos sobre progresso e integração nacional. O filme de Jorge Bodanzky e Orlando Senna não tem a estética polida do cinema tradicional, mas é justamente essa crueza que lhe dá força. Feito em 1974, em pleno regime militar,