Selma Baccar e Rania Stephan: Dois Tempos, Uma Mesma Luta

Ontem, quinta-feira, segundo dia da Mostra de Cinema Árabe Feminino , a programação ofereceu uma sessão que estava bem curiosa. Dessas que não se repetem com facilidade e que, justamente por isso, deixam a gente pensando por algumas horas. Um dos fatores que mais me chamou atenção para esse dia foi o fato de passarem um filme da década de 70, período pelo qual, vocês já devem desconfiar, tenho cad

Do Sudão ao Marrocos: Mulheres, Arte e Resistência na Abertura da Mostra de Cinema Árabe Feminino

Ontem aqui no Recife tivemos pela primeira vez uma edição da Mostra de Cinema Arabe Feminino , que já está na sua 5a edição e terá presença marcada também no Rio de Janeiro, Duque de Caxias e em Niterói . A curadoria foi realizada pelas brasileiras Analu Bambirra e Carol Almeida e pela egípcia Alia Ayman com intuito de mostrar filmes com linguagens artísticas e narrativas não-hegemônicas.  Ont

A Hora do Mal (2025)

A premissa é instigante. Todas as crianças de uma mesma sala de aula somem na mesma noite, no mesmo horário. Menos uma. O tipo de evento inexplicável que cola feito tatuagem no imaginário coletivo de uma cidade pequena. E é justamente esse efeito dominó que move o filme. A Hora do Mal é tanto sobre o que aconteceu, pergunta que nos persegue do início ao fim, quanto sobre o que isso revela sobre a

O Brilho do Diamante Secreto (2025)

Entre o giallo e o 007, uma fantasia caleidoscópica do passado que brilha por dentro Assisti O Brilho do Diamante Secreto como quem vai visitar uma casa já conhecida, mas que a cada retorno encontra alguns móveis fora do lugar. Bruno Forzani e Hélène Cattet são desses diretores que não se contentam em contar só uma história, somos puxados para dentro dela, como se estivéssemos girando dentro de u

Quem se ausenta, deixa de fazer falta?

Dizem isso com frequência e facilidade, como se a ausência fosse sempre uma escolha. Como se estar presente fosse só uma questão de querer. "Quem se ausenta, deixa de ser lembrado." Mas e quando a ausência é defesa? E quando estar presente demais também adoece? Às vezes, a gente se afasta pra respirar. Pra curar. Pra se refazer. Outras vezes, é o próprio espaço que vai nos empurrando pra

Nada (2024)

Você saberia reconhecer o som do esquecimento? Quando eu estava na universidade de artes, tinha um professor que, uma vez por mês, promovia o “dia do nada”. Era exatamente isso, a gente saía da sala de aula, escolhia um canto qualquer do campus e simplesmente... não fazia nada. Era quase um ritual de desaceleração, uma pausa para lembrar que o ócio também faz parte do processo criativo. Era um cur

Iracema - Uma Transa Amazônica (1974)

Assistir hoje a Iracema - Uma Transa Amazônica é como tropeçar numa aula de história que nunca nos deram, daquelas que revelam as feridas que a escola preferiu maquiar com discursos sobre progresso e integração nacional. O filme de Jorge Bodanzky e Orlando Senna não tem a estética polida do cinema tradicional, mas é justamente essa crueza que lhe dá força. Feito em 1974, em pleno regime militar,

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