#LISTA 10 curtas para assistir na FILMICCA.

Outro dia eu quis aproveitar que minha cama nova chegou e me dei ao prazer de passar o dia nela. Sim, passei. Sem culpa e fazendo o que me deu vontade: ver filme o dia todo.

E aí escolhi a plataforma da Filmicca pra ver um monte de curta porque foi o jeito que achei melhor para aproveitar ao máximo esse dia do nada. RISOS. Um dia do nada produtivo, pois vi curtas incríveis que mexem com várias questões diversas. 

Para quem ainda não conhece a plataforma, a Filmicca é um streaming brasileiro que foca no cinema autoral e independente, com filmes que vão do clássico ao contemporâneo e com lançamentos exclusivos, também. Tem várias categorias onde você pode encontrar documentários, biografias, animação, comédia, drama, romance, suspense, terror, fantasia, cinema latino, LGBTQIA+, narrativas negras, cinema árabe, curtas-metragens e etc. Vai lá conhecer e assinar www.filmicca.com.br

Vou indicar alguns aqui no blog e discorrer rapidamente sobre eles, então você que enfim assinou a Filmicca e tá perdido no catálogo sem saber em qual ou quais filmes dar play? Segue essa lista aqui, e aproveite.

1 - A Loja de Memórias, 2019 (Christiaan Neu). 19 min País: Bélgica

Esse aqui é uma ficção científica com ares de romance e drama que me lembrou muito aquele episódio de Black Mirror, San Junipero, só que ao invés de ser pessoas que estão em estado terminal e escolhem revisitar alguma memória, aqui, no filme de Neu, é uma esposa apaixonada que cuida de seu marido em estado vegetativo. O ano é 2036 e ela vai até a The Memory Shop, um lugar super avançado tecnologicamente que revive aquela memória especial e grava num dispositivo para levar para casa e dar de presente ao esposo. Ela volta para um lugar e mês específico do ano de 1990, mas a intensidade da emoção desse dia especial é tão grande que algo acaba dando errado. É um curta que mexe com muitas emoções e que me levou a pensar se fosse eu ali, qual memória ou lembrança fosse reviver e gravar. Certamente nos faz refletir também sobre como lidamos com a morte estando num contexto de tecnologias avançadas e até sobre prolongamento da vida.  

2 - Good Thanks, You?, 2020 (Molly Manning Walker). 13 min. País: Reino Unido.

Aquela velha e espinhosa história da culpa é sempre da vítima. Aqui, Amy, uma jovem que sofre abuso sexual e além de ser obrigada a conviver com essa dor e o choque, ela enfrenta o julgamento e a incompetência de órgãos que deveriam ajudá-la. Acompanhamos a jornada de Amy neste pós-trauma realista, sem fantasia e cheio de burocracia. O silêncio de Amy deveria falar, mas incomoda e não só a gente, seu namorado não entende e não entende por não saber o que ela passou, ele passa a não entender porque a namorada passa a ser distante e se esquiva de carinhos. Uma mistura de sentimentos que passa pela vergonha até o medo do julgamento do tipo: que roupa você estava vestindo? Bem, nós que somos mulheres e negras, sabemos bem como se dá esse modos operandis. A direção de Molly Manning Walker é muito bem sucedida em pegar nuances de olhar e gestos quase como se fossemos íntimos de Amy.

3 - A Casa é Escura, 1962 (Forough Farrokhzad) 22 min. País: Irã.

O curta já começa nos mostrando a necessidade da feiura no mundo, me lembrou muito das aulas de estética quando estudávamos A História da Beleza e A História da Feiura ambos de Umberto Eco e de como os dois se complementavam para o perfeito equilíbrio. Mas, aqui, a feiura se dá a partir de uma colônia de leprosos que são isolados por causa de sua condição. Mostra que mesmo estando neste mundo solitário e de tristezas, a fé de estar vivo, de vivenciar pequenas alegrias e outros aspectos da vida, ainda vale e ainda é belo.

4 - Bitch, 2021 (Bertille Estramon) 16 min. País: Bélgica.

Com o mesmo tema do anterior, assedio e violencia sexual, Bitch tem uma abordagem mais catártica, porém partindo do mesmo ponto de discussão: a injustiça nesses casos. Lucie foi violentada, o sentimento de dor e o trauma crescem nela assim como sua vontade de enfrentar aquilo e seu agressor. O curta mostra como ela vai ganhando força e coragem até seu ato final. 

5 - The Moogai, 2020 (Jon Bell) 15 min. País: Austrália.

Esse é um curta de terror australiano que conta em forma de fábula a história de uma entidade que rouba bebês. Em tons metafóricos, a trama abraça camadas sobre depressão pós-parto, questões sociais e políticas envolvendo povos originários da Austrália. Um momento que era para ser de alegria para um jovem casal e seu segundo filho, mas no decorrer do caminho de volta pra casa, algo sinistro acontece e a mãe passa a ter visões com algum espírito que ela jura estar querendo sequestrar sua criança. Desenvolvido de forma bem atmosférica, se utilizando de tons escuros e das sombras, esse aqui vai te assustar valendo. 

6 - Judith Hotel, 2018 (Charlotte Le Bon) 16 min. País: França.

Remi é um homem que sofre de insônia crônica e não dorme há oito anos. Imagina que vida infernal deve ser a de Remi? Seu sonho é dormir ao menos uma noite - ou para sempre, então ele vai a procura dos serviços do Judith Hotel e reserva uma noite lá para poder ter a chance de recomeçar sua vida. São oferecidos vários serviços, tratamento vip com direito a dieta especial e serviço de quarto exclusivo. Tudo que o cliente escolher, ele terá. A noite chega e com ela algumas surpresas. Será que Remi dormiu? Vá e veja!

7 - Cascas, 1982 (Jane Campion) 8 min. País: Austrália

Esse é um curta daqueles que aparentemente não acontece nada, mas que dizem tudo. Um road movie onde seu maior feito está nos silêncios e na lição sugerida pelo pai ao próprio filho que, numa viagem de carro, ao descascar laranjas, joga as cascas na estrada. o pai manda ele parar, mas o espírito desafiador da criança age ao contrário. Bom, toda teimosia tem sua consequência, é quando o pai para o carro e manda a criança ir apanhando as cascas que jogou pelo caminho. O clima fica tenso. Junto com eles está a irmã do pai que, enquanto espera a criança voltar, repete o ato dela. O jogo foi lançado, será que a lição foi aprendida?

8 - Da Yie, 2020 ( Anthony Nti) 20 min. Ghana.

Prince e Matilda são duas crianças que vivem em Gana, são amigos, gostam de jogar futebol e de aventuras. Num dia, enquanto brincavam, um traficante conhecido e aparentemente conhecido deles, leva os dois para comer, tomar sorvete e ir para a praia. São poucas horas juntos, mas o suficiente para que o homem crie um sentimento de resistência a fazer com as crianças o que lhe foi mandado: recrutá-las para o crime. Não dá certo e a afeição criada pode deixar a missão comprometida. Só que já é tarde e elas conhecem um mundo do qual não estavam preparadas. Uma história pesada, mas que é contada com muita sensibilidade.

9 - Cowboy Dave, 2017 (Colin O'Tole) 25 min. País: Reino Unido.

Quando pessoas sem rumo e sem perspectivas se encontram por algum acaso da vida e tem suas vidas mudadas de uma forma totalmente inesperada. Apresentado como um "conto popular inglês", o curta mostra uma área carente de Manchester, Inglaterra onde imperam vagabundos, traficantes e nesse meio um adolescente que aspira ser alguma coisa na vida tentando levar um trocado lavando carro das pessoas. um dia ele encontra um cara que desejava ser musico, mas caiu na bandidagem até receber a visita de um cobrador de dividas e seu capanga. o rumo disso acaba de uma forma inesperada para Dave (Sam Spruell) e para o pequeno Paul (Dylan Naden). Construção de clima aqui é bem boa e mesmo com pouco tempo, consegue desenvolver bem os dois personagens principais a ponto de criarmos empatia por dois sujeitos de índoles duvidosas, mesmo que um deles seja uma criança ainda. 

10 - Céu de Agosto, 2021 (Jasmin Tenucci) 10 min. País: Brasil.

O curta mostra uma correlação entre as queimadas da Amazônia em 2019 e uma enfermeira grávida que mora em São Paulo. Ao mesmo tempo que mostra como isso afeta a vida dessa mulher, mostra também como essa mulher está cada vez mais atraída por esse mundo fundamentalista dos neopentecostais. Seria essa a salvação que Lucia (Badu Morais) tanto espera nesse mundo que queima literalmente cada vez mais? Jasmin brinca aqui com uma aura um tanto estranha seja de ambiente ou através do comportamento da avó, Dona Marluce (Luci Pereira). Uma distopia do presente provocadora e misteriosa.

É isso, povo. em breve volto aqui com mais dicas desse streaming que estou amando explorar mais cada pedacinho dele. 


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