Nem sempre consigo escrever textos longos sobre todos os filmes que assisto, mas cada cena, cada história, merece pelo menos um instante de atenção. Foi pensando nisso que nasceu o Drops em Cena: uma coluna com observações rápidas e pessoais sobre as obras que passaram pela minha tela. Curto, direto e recheado de paixão pelo cinema. Ainda estou me ajustando, por isso sem uma frequência definida, mas o convite está feito: vamos assistir juntos?
No Drops em Cena de hoje: John Carpenter e David Lynch
16 de janeiro de 2025. Um dia marcante para o cinema: aniversário de John Carpenter, 77 anos e, a triste notícia da morte de David Lynch aos 78 anos. Antes de sabermos da perda, decidimos aqui em casa homenagear Carpenter assistindo a A Bruma Assassina (1980), filme ao qual não revisitávamos já há alguns anos. E, então, veio a notícia que ninguém esperava: Lynch havia partido. Após o impacto, surgiu a ideia: "Vamos assistir a um filme dele também para prestar nossa homenagem?" Escolhemos Eraserhead (1977), visto pela primeira vez ontem.
Embora sejam obras bastante distintas, ambas compartilham uma habilidade que esses dois diretores tem: a de criar atmosferas que vão além do enredo. Carpenter e Lynch nos convidam a vivenciar o terror de maneira sensorial, explorando o medo do desconhecido e algumas ansiedades. Carpenter, com sua precisão na construção de narrativas tensas e sua habilidade em transformar lugares aparentemente comuns em espaços aterrorizantes, nos lembra que o medo pode estar à espreita em qualquer esquina. Lynch, por outro lado, mergulha no surreal, traduzindo as angústias humanas em imagens desconcertantes que desafiam a lógica, mas que, por algum motivo, tocam diretamente as nossas emoções.
São dois cineastas que, cada um à sua maneira, reconfiguraram os limites do cinema de gênero, provando que o terror não precisa ser limitante. Seus filmes nos lembram que a arte, quando guiada pela genialidade, é capaz de transformar o simples em algo extraordinário, ressignificando até o que há de mais trivial.
Viva John Carpenter e David Lynch, dois mestres visionários que, cada um em sua essência, revolucionaram o cinema e deixam um legado que continuará a inspirar gerações!
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