Abigail (2024)


Os monstros da Universal, principalmente os vampiros e suas variações, foram e ainda são de grande influência para o cinema, principalmente o filme Drácula de 1931 que continua a ser lembrado até hoje como um dos filmes de terror mais influentes e reverenciados da história do cinema. Adaptado de diversas formas e ganhando diversas sequências, os vampiros, suas esposas, seus filhos, filhas e a Universal, voltam em 2024 com uma trama que é definida, de certa maneira, como uma adaptação moderna de A Filha de Drácula de 1936 e sequência do de 1931.

Abigail, dirigido pelos cineastas Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, que são conhecidos por dirigir filmes muito estimados por mim, como Casamento Sangrento (2019), Southbound (2015) e V/H/S (2012), além dos recentes Pânico (2022) e Pânico VI (2023), foram convidados a dirigir esse terror a partir de roteiro co-escrito por Stephen Shields e Guy Busick. No centro da trama uma criança ́ bailarina de 12 anos é sequestrada por um grupo heterogêneo que nunca se viu. Abigail (Alisha Weir) é filha de um homem misterioso e muito poderoso, só que a história, que a princípio estava se levando muito a sério, se revela de tal forma que foi uma total surpresa para mim que fui para a sessão sem ler, nem procurar saber muito do que se tratava.


Não demora muito até rolar as apresentações de personagens, todos envolvidos no sequestro. Dan Stevens é Frank, uma espécie de líder do grupo, Melissa Barrera é Joey, a que deveria cuidar da sequestrada, Kathryn Newton é Sammy, a especialista em informática, Kevin Durand é Peter, o fortão abestalhado, Angus Cloud, falecido ano passado e o qual o filme é dedicado ao final, é Dean, motorista e o inconveniente do grupo, William Catlett é Rickles, o observador sensato e homem das armas. Ainda temos a presença de luxo de Giancarlo Esposito como Lambert, o contratante. Pronto, agora eles têm 24h para passar com Abigail, em um casarão estilo gótico, com uma decoração que dá algumas pistas que aquele lugar reserva algo de muito especial, poderoso e perigoso. Seus aparelhos de celular são recolhidos por Lambert, que além de batizar cada um com pseudônimos ao estilo Tarantino em Cães de Aluguel (1992), dá ordens do tipo: nada de pegação ou histórias pessoais. Não demora muito, as coisas começam a acontecer. Até então ninguém sabe quem é o verdadeiro pai da garota, até que revelações são feitas. Quando um dos sequestradores fica sabendo que está lidando com a filha de um homem muito poderoso e cruel do submundo e tenta ir embora da casa, algo é acionado na casa e eles agora ficam trancados em uma armadilha mortal junto com uma garotinha que logo se revela ser uma vampira das mais cruéis e sanguinárias. 

Abigail tem muitos aspectos positivos, mas também negativos. Dá uma decaída do meio para o fim e o excesso de reviravoltas acaba cansando. Claro que é muito bom ver adultos valentões morrendo de medo ao enfrentar uma criatura vampiresca manipuladora que conquista a empatia da personagem de Barrera quando diz que é praticamente abandonada e esquecida pelo pai. Joey, uma mãe viciada em doce que abandonou seu próprio filho e tenta agora reconquistá-lo, logo se compadece da situação e acaba transferindo a função de mãe para a garota. Entre estraçalhamentos, decapitações, mordidas, sangue e explosões de corpos, o filmes tem um desempenho satisfatório e duvido muito sair do cinema completamente insatisfeito. Se em Casamento Sangrento os diretores colocaram uma mulher para se defender sozinha de uma família assassina em um casarão do dia de seu próprio casamento, dessa vez é uma menina sozinha quem persegue e caça suas presas. Para quem gosta de ver muito sangue, Abigail entrega o suficiente para alimentar uma horda inteira de vampiros famintos e sedentos.


A parte engraçada e positiva disso tudo, é justamente observar como esse bando de malfeitores, outrora caçadores e agora caçados, como reagem a essa perseguição implacável de Abigail, que não morre de tiro, nem tem medo de alho e que se regenera rapidamente quando sofre alguma perda de membro. Como derrotar? Depois de muitas mortes, sangue, voltas e reviravoltas, mais alguns segredos da trama são revelados chegando a cansar e olha que nem é tão longo assim. Mas, ok, o final guarda grandes momentos que acaba nos deixando empolgados novamente e com vontade de ver Melissa Barrera em todo filme de terror enfrentando monstros vivos ou sobrenaturais. 



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